O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, determinou que o governo federal forneça, em até 10 dias, explicações sobre o aumento nos casos de malária na Terra Indígena Yanomami, localizada em Roraima. A medida veio após a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) destacar que os casos de malária cresceram 27% entre 2023 e 2024. Além disso, a Apib relatou o aumento de desnutrição e infecções respiratórias na região, o que intensifica a preocupação sobre a saúde da população yanomami.
O Ministério da Saúde, procurado sobre a situação, não respondeu aos questionamentos feitos pela imprensa. A Apib também criticou a falta de transparência do governo federal, especialmente após mudanças na periodicidade da divulgação de boletins de saúde sobre o território Yanomami. A partir de setembro de 2023, os informes deixaram de ser semanais e passaram a ser mensais e semestrais, o que, segundo a entidade, dificulta a avaliação da situação de saúde no território.
Apesar de ações do governo, como o decreto de estado de emergência em janeiro de 2023 e a liberação de R$ 1 bilhão para combater o garimpo ilegal e oferecer atendimento médico, os problemas persistem. A Apib aponta que os recursos enviados não foram suficientes para conter o número elevado de óbitos e o agravamento da crise, especialmente considerando a falta de medidas eficazes para reverter o quadro de desnutrição e doenças na região.