O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu suspender o inquérito que apura supostos desvios de recursos durante a gestão de um ex-governador de Goiás. A decisão foi tomada com base na pendência de uma análise sobre os limites do foro privilegiado, tema em discussão no STF, onde já se aponta uma maioria favorável à manutenção do foro após o término do mandato. O habeas corpus relacionado a esse tema está suspenso desde setembro, aguardando mais tempo para avaliação.
O pedido de suspensão do inquérito visa evitar constrangimentos ilegais à defesa e a possibilidade de uma denúncia ser apresentada em foro inadequado. A análise da liminar de Mendes será realizada pelo plenário virtual do tribunal entre os dias 21 e 28 de fevereiro. A medida é vista como uma forma de garantir o respeito ao processo judicial, considerando que há questionamentos sobre a competência do foro devido à situação do ex-governador.
Recentemente, o ex-governador foi alvo de uma operação da Polícia Federal, que resultou em buscas e apreensões em Goiânia e Brasília. A investigação está ligada a contratos de uma Organização Social (OS) durante o período em que o ex-governador esteve no cargo, entre 2012 e 2018, com indícios de irregularidades no desvio de recursos destinados à área da saúde. Todos os investigados negam envolvimento nas práticas ilícitas.