Um estudo realizado por pesquisadores da USP de São Carlos e de instituições dos Estados Unidos revelou que mais da metade dos rios do Brasil está sob risco de redução de seus níveis de água. A pesquisa analisou 17.972 poços em todo o país e constatou que 55% desses poços têm níveis de água abaixo da superfície dos rios mais próximos, indicando que a água está sendo drenada para o subsolo. Essa situação ocorre principalmente em regiões com intensa atividade agrícola e em áreas mais áridas.
A exploração excessiva de águas subterrâneas tem contribuído para a diminuição da vazão dos rios, o que pode comprometer o abastecimento de água, afetar a fauna aquática e gerar problemas no solo, como o afundamento de áreas urbanas e o surgimento de rachaduras. O Rio São Francisco e seus afluentes, como o Verde Grande, são alguns dos exemplos mais críticos, com até 74% de seus cursos d’água ameaçados. A integração entre águas superficiais e subterrâneas é uma das maiores dificuldades na gestão dos recursos hídricos no Brasil.
Especialistas alertam para a necessidade urgente de um sistema de monitoramento contínuo dos poços e dos níveis dos rios, para evitar que a extração de água subterrânea ultrapasse os limites sustentáveis. É fundamental encontrar um equilíbrio entre as diferentes demandas por água, como a geração de energia, a agricultura e o consumo humano, de forma a garantir a sustentabilidade dos recursos hídricos a longo prazo.