O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou o pedido da defesa do general Braga Netto para estender o prazo de resposta à denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado. A defesa solicitava 30 dias para analisar o material, alegando que os autos contêm cerca de 70 gigabytes e 1.400 arquivos, além da falta de acesso integral à delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. No entanto, o ministro reafirmou que o prazo de 15 dias, previsto na legislação, é suficiente e destacou que a defesa tem pleno acesso às provas do processo.
Braga Netto, o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros investigados foram denunciados por suposta participação em uma trama para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A defesa do general também argumentou que deveria se manifestar apenas após a defesa de Mauro Cid, pedido que não foi acatado pelo STF. Moraes ressaltou que a defesa parece não ter consultado devidamente os autos antes de solicitar a ampliação do prazo, rejeitando o argumento de falta de acesso aos documentos necessários.
O general da reserva foi preso em dezembro de 2023 por determinação de Moraes, sob a suspeita de tentar obstruir as investigações. De acordo com a Polícia Federal, ele teria buscado informações sigilosas sobre a colaboração premiada de Mauro Cid. A defesa nega qualquer tentativa de obstrução e segue tentando reverter as decisões judiciais no caso.