O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou no dia 14 de fevereiro o julgamento sobre a continuidade de investigações relacionadas às mortes de vítimas da ditadura militar, incluindo um ex-deputado e outras pessoas desaparecidas. O ministro relator, Alexandre de Moraes, votou a favor de que os casos tenham repercussão geral, ou seja, que suas decisões possam ser aplicadas a processos semelhantes. O julgamento está em andamento no plenário virtual da Corte e deve ser concluído até o dia 21 de fevereiro.
O principal ponto em discussão é a aplicabilidade da Lei da Anistia para crimes cometidos durante o período da ditadura militar, especialmente em casos de violação de direitos humanos. O relator argumentou que se trata de uma questão de grande relevância, dado que os crimes ainda estão sem punição após quase 50 anos, e sugeriu que a repercussão geral fosse reconhecida. O Ministério Público Federal (MPF) busca a responsabilização penal de agentes públicos envolvidos em desaparecimentos, alegando que os crimes configuram violações de direitos humanos e não estariam cobertos pela Lei da Anistia.
Nos três recursos analisados, o MPF solicita a responsabilização de diversos militares e outros acusados de envolvimento em casos de desaparecimento e mortes durante a ditadura. A Lei da Anistia, sancionada em 1979, impede a punição de crimes políticos ocorridos entre 1961 e 1979, mas a questão está sendo reavaliada no STF, especialmente após a divulgação de filmes e investigações sobre os crimes do regime militar. O julgamento e as discussões sobre a responsabilização continuam a influenciar o debate público sobre a história recente do país e os direitos humanos.