A S&P Global manteve os ratings de crédito da França inalterados, mas ajustou a perspectiva da nota de estável para negativa, citando a incerteza em relação à estratégia fiscal do país após 2025. Apesar de manter a classificação AA-/A-1+ para o crédito soberano, a agência expressou preocupação com a dependência de medidas fiscais temporárias no orçamento de 2025, que resultam em uma redução modesta do déficit de apenas 0,4% do PIB. Isso levanta dúvidas sobre a sustentabilidade fiscal no longo prazo.
A revisão da perspectiva reflete também as dificuldades fiscais da França, com a projeção de um crescimento do PIB inferior a 1% neste ano, o que agrava ainda mais as projeções fiscais do país. A S&P ressaltou que, até 2028, o custo médio da dívida deverá acompanhar o crescimento nominal do PIB, o que significa que, para reduzir a dívida em relação ao PIB, o país precisará gerar um superávit primário. Essa condição não é alcançada desde 2001, o que adiciona mais pressão à situação fiscal.
Além disso, a agência destacou o apoio político limitado para reformas fiscais, o que contribui para a incerteza sobre a trajetória fiscal do país. A decisão da S&P contrastou com a elevação do rating de Portugal, refletindo as diferenças nas perspectivas econômicas e fiscais entre os dois países.