A varejista de fast fashion Shein está enfrentando resistência por parte do grupo Stop Uigur Genocide, que denuncia o uso de trabalho forçado uigur em sua cadeia de suprimentos, especialmente no setor de algodão produzido na região de Xinjiang, na China. O grupo anunciou que buscará uma revisão judicial do IPO da empresa caso a Autoridade de Conduta Financeira do Reino Unido (FCA) aprove sua listagem na Bolsa de Londres, no primeiro semestre deste ano. A FCA, no entanto, se absteve de comentar sobre o caso, enquanto a Shein nega qualquer vínculo com práticas de trabalho forçado e afirma adotar uma política rigorosa de combate a essas práticas.
A questão do trabalho forçado uigur tem ganhado destaque internacional, especialmente devido às acusações de abusos envolvendo a minoria uigur na China, em campos de internamento. Embora o governo chinês negue tais abusos, o uso de algodão proveniente de Xinjiang é um ponto controverso, visto que a região é responsável por grande parte da produção de algodão da China e do mundo. Isso coloca empresas globais, como a Shein, sob pressão para garantir que suas cadeias de suprimentos estejam livres de práticas questionáveis.
No contexto do Reino Unido, a Shein declarou que adota práticas conformes à Lei de Prevenção do Trabalho Forçado Uigur (UFLPA) dos Estados Unidos, que proíbe a importação de produtos originários de Xinjiang ou de empresas envolvidas em tais abusos. No entanto, a varejista não especificou se essa política se aplica a todos os mercados em que opera, incluindo o Reino Unido. A controvérsia sobre o uso de algodão chinês nos produtos da empresa continua sendo um ponto de debate, à medida que o IPO se aproxima.