Em 2024, o setor de cartões de crédito e débito no Brasil superou pela primeira vez a marca de R$ 4 trilhões em transações, alcançando um crescimento de 10,9% em comparação ao ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). O uso de cartões de crédito foi o maior responsável, com R$ 2,8 trilhões movimentados, seguido pelos cartões de débito e pré-pago, com R$ 1 trilhão e R$ 379,4 bilhões, respectivamente. As transações totalizaram 45,7 bilhões, evidenciando um aumento de 8,2% em relação a 2023.
O pagamento por aproximação, que tem se expandido rapidamente, atingiu R$ 1,5 trilhão, um crescimento de 48,3%, com destaque para a utilização de cartões, que representaram 74% das transações nesse formato. Além disso, as compras não presenciais também apresentaram aumento significativo, com destaque para o crescimento expressivo do uso de cartões de débito. A modalidade de pagamentos recorrentes também teve alta expressiva, refletindo uma mudança no comportamento do consumidor em relação a conveniência e pagamentos automáticos.
O setor de cartões, no entanto, ainda enfrenta desafios relacionados à inadimplência, que permanece alta, embora o endividamento pelo rotativo seja baixo comparado a outras formas de crédito. Projeções para 2025 indicam que o mercado continuará robusto, com um crescimento estimado de 9% a 11%, superando a marca de R$ 4,6 trilhões. A adoção de novas tecnologias, como o Pix por aproximação, deverá coexistir com os cartões, sem prejudicar o setor, enquanto o endividamento é monitorado com maior rigor para evitar o impacto das altas taxas de juros.