O setor de bares e restaurantes atingiu um novo recorde salarial pelo terceiro trimestre consecutivo, com a remuneração média chegando a R$ 2.194. O aumento reflete os esforços dos empresários para atrair e reter profissionais qualificados em um cenário de escassez de mão de obra especializada. Apesar da valorização dos salários, o nível de emprego no setor permanece estável, com 5,63 milhões de trabalhadores ocupados, conforme apontam os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgada pelo IBGE.
A dificuldade de encontrar profissionais qualificados tem sido um dos principais fatores para o aumento da remuneração, segundo especialistas do setor. Para evitar a rotatividade e garantir a qualidade do serviço, muitos empresários têm investido não apenas em salários mais altos, mas também em benefícios adicionais. No entanto, o crescimento dos custos ocorre em um momento delicado, com parte significativa dos estabelecimentos enfrentando dificuldades financeiras. De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), 25% das empresas operaram no vermelho em janeiro, enquanto 40% ainda lidam com dívidas em atraso.
Mesmo diante dos desafios econômicos, a maioria dos empresários pretende manter suas equipes nos próximos meses. O estudo da Abrasel indica que 65% das empresas devem preservar o número atual de funcionários, enquanto 19% planejam contratações e 16% consideram cortes. O setor busca equilibrar as contas sem comprometer a qualidade dos serviços, enfrentando margens de lucro reduzidas. Diante desse cenário, a valorização dos profissionais aparece como uma estratégia essencial para sustentar o crescimento e a competitividade do segmento.