O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Pedro Lupion, afirmou que o setor agropecuário tem buscado negociações diretamente com o Ministério da Fazenda, deixando o Ministério da Agricultura em segundo plano. A mudança se deu após dificuldades no diálogo com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, especialmente diante da suspensão de novos financiamentos do Plano Safra com recursos da União. Segundo Lupion, a decisão do Tesouro Nacional foi tomada sem articulação prévia, o que gerou forte reação da FPA e do setor produtivo.
O ministro Fávaro criticou a postura da FPA, classificando as reações como intolerantes e atribuindo a situação à falta de apoio parlamentar para a aprovação orçamentária necessária ao Plano Safra. Apesar disso, Lupion negou um rompimento com o ministério, mas reforçou que não há um canal de diálogo estabelecido. Ele destacou que a Frente seguirá atuando para defender os interesses do setor agropecuário sempre que considerar que há prejuízos para os produtores.
Diante da pressão do setor, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou a edição de uma medida provisória que liberou R$ 4,1 bilhões adicionais para garantir a continuidade das contratações do Plano Safra. A decisão foi bem recebida pela FPA, que confirmou que os financiamentos foram retomados após contato com o Banco Central. A medida foi interpretada como uma resposta direta à demanda do setor, reforçando a influência da Fazenda nas negociações agropecuárias.