A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) anunciou a retirada de sua candidatura à presidência do Senado, marcada para o dia 1º de fevereiro, e explicou que sua decisão foi estratégica. Ela destacou a dificuldade de concretizar a mudança que propõe sem o apoio da imprensa e de outros líderes. Soraya era a única mulher na disputa, ao lado dos senadores Davi Alcolumbre (União-AP), Eduardo Girão (Novo-CE) e Marcos Pontes (PL-SP), que continuam como candidatos ao cargo.
Durante sua renúncia, Soraya fez um discurso em que enfatizou a falta de representatividade feminina em cargos estratégicos no Congresso Nacional. A senadora lembrou que, ao longo de 200 anos de história, nunca houve uma mulher presidindo o Senado ou a Câmara dos Deputados. Ela também criticou a presença reduzida de mulheres em cargos de liderança dentro da Mesa Diretora, frequentemente ocupados por suplentes ou com pouca visibilidade.
Soraya agradeceu o apoio das senadoras da bancada feminina, liderada por Leila Barros (PDT-DF), e afirmou que levará as propostas desse grupo ao futuro presidente do Senado. Ela ressaltou que a luta por mais representatividade não é apenas por presença, mas pela voz das mulheres, que, apesar de serem maioria na população, continuam em minoria no legislativo. Para ela, a ausência de mulheres em posições de destaque resulta na falta de políticas públicas que atendam de forma mais ampla e eficaz as necessidades femininas.