O Senado e a Câmara dos Deputados tentam recuperar poder dentro do Congresso Nacional e melhorar sua relação entre si e com os outros Poderes, especialmente o Supremo Tribunal Federal (STF). A eleição dos novos presidentes das duas Casas, Hugo Motta e Davi Alcolumbre, gerou expectativas de uma maior aproximação entre os parlamentares, após anos de distanciamento. A principal aposta é a resolução de impasses, como a retomada das comissões mistas para a tramitação de medidas provisórias, que havia sido interrompida durante a pandemia.
Com a melhoria na comunicação entre os presidentes das Casas, há também a possibilidade de uma articulação mais eficaz na resolução de questões como as emendas parlamentares, que se tornaram um ponto de tensão com o STF no final de 2024. Enquanto a Câmara busca manter sua autonomia em relação ao Senado, Alcolumbre se comprometeu a reverter práticas anteriores que favoreciam a Casa vizinha, onde os projetos do Senado eram muitas vezes modificados ou “apensados” a proposições da Câmara para garantir sua aprovação.
A relação entre as duas Casas também tem implicações para o governo federal, que tem dificuldades na aprovação de medidas provisórias e busca uma dinâmica mais ágil e eficiente no Legislativo. A articulação entre os presidentes da Câmara e do Senado pode trazer mudanças significativas no ritmo das votações e, de acordo com aliados, também no relacionamento com o STF, especialmente em relação à liberação de emendas parlamentares suspensas por decisão do Supremo.