Nos últimos meses, o Brasil tem registrado uma série de acidentes aéreos, destacando a importância da segurança no setor. Em apenas quatro meses, ocorreram nove quedas de aviões de pequeno porte, além de dois acidentes com helicópteros. Esses episódios, que incluem acidentes com grandes repercussões como o de Gramado e Ubatuba, levantam questionamentos sobre a cobertura dos seguros aeronáuticos e suas implicações. Especialistas explicam que existem três modalidades principais de seguro aeronáutico: RETA, Casco e LUC, sendo o RETA obrigatório para todas as aeronaves no Brasil, enquanto os outros dois são opcionais, mas frequentemente contratados, especialmente em aviação executiva.
O seguro RETA cobre danos a passageiros, tripulação e terceiros em solo, enquanto o Casco se aplica a danos materiais à aeronave e o LUC amplia a proteção de responsabilidade civil para danos a terceiros. Embora esses seguros ofereçam uma cobertura ampla, existem exclusões importantes, como a negativa de indenização em caso de violação das normas aeronáuticas. O custo dos seguros varia conforme a modalidade, com o RETA sendo o mais acessível e os seguros Casco e LUC com preços mais elevados, dependendo das características da aeronave e do uso.
A alta frequência de acidentes pode influenciar o mercado de seguros, com um possível aumento nos prêmios devido à pressão do mercado global, agravada por eventos como a guerra na Ucrânia. Apesar disso, especialistas observam que a aviação executiva no Brasil tem mostrado crescimento, o que leva a um aumento na demanda por proteção adicional. A arrecadação do setor de seguros aeronáuticos também apresentou um crescimento expressivo, com a Susep reportando um aumento de 20% em relação ao ano anterior. Esse cenário reflete uma tendência de expansão do mercado, acompanhando a recuperação e o crescimento da aviação geral no país.