A adaptação de Barney Norris para o romance de David Foenkinos, “Second Best”, apresenta a história de Martin, um homem que, após perder uma chance de alcançar a fama como ator, enfrenta uma nova etapa de sua vida, agora prestes a ser pai. A narrativa é marcada por uma profunda reflexão sobre expectativas frustradas e segredos não resolvidos, com a figura de Martin sendo construída por uma atuação cheia de intensidade e afabilidade. Sua vida toma um rumo inesperado após um desmaio durante o ultrassom de sua namorada grávida, que desperta uma série de questões não resolvidas sobre seu passado.
A produção minimalista de Michael Longhurst, com cenografia de Fly Davis, transporta os espectadores para um ambiente que remete ao vazio de uma galeria de arte moderna, com elementos visuais que reforçam o estado psicológico do protagonista. A iluminação precisa de Paule Constable e a trilha sonora inquietante de Richard Hammarton ajudam a criar uma atmosfera de crescente tensão, onde cada detalhe no palco, como o leito hospitalar elevado e os objetos desconcertantes, intensifica a sensação de descontrole que Martin experimenta.
O espetáculo, em cartaz no Riverside Studios até 22 de fevereiro, utiliza símbolos surreais, como uma batata assada fixada na parede e uma filmadora apontada para a plateia, para ilustrar a luta interna do personagem. A produção se destaca pelo uso criativo de recursos cenográficos e sonoros, que convidam o público a mergulhar na mente conturbada de Martin, revelando as complexidades de uma vida em que o fracasso e a busca por redenção se entrelaçam.