O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, afirmou que a economia do país é mais frágil do que os indicadores sugerem, destacando que o crescimento tem sido impulsionado principalmente pelo setor público. Em um discurso na embaixada da Austrália em Washington, ele argumentou que a volatilidade das taxas de juros, a inflação estável e a alta dependência de empregos no setor público têm prejudicado a economia, mesmo com um PIB positivo e baixos índices de desemprego. Para enfrentar esse cenário, Bessent defendeu a redução de gastos governamentais e a eliminação de regulamentações que, segundo ele, restringem o crescimento do setor privado.
Ele criticou as políticas econômicas da administração anterior, alegando que os gastos excessivos e a regulação pesada comprometeram a produtividade e levaram à persistência da inflação. Segundo Bessent, 95% dos empregos criados no último ano estão concentrados em setores públicos e áreas como saúde e educação, enquanto setores tradicionais da economia privada, como manufatura, mineração e tecnologia da informação, enfrentam estagnação ou declínio. Para reverter esse quadro, ele reforçou a intenção do governo Trump de reprivatizar a economia por meio de incentivos ao setor privado, cortes de impostos e uma revisão das políticas tarifárias.
As tarifas planejadas pelo governo foram apontadas como uma estratégia essencial para fortalecer a indústria dos EUA, proteger empregos e aumentar a arrecadação do governo. Bessent afirmou que as novas tarifas terão três principais objetivos: impulsionar a capacidade industrial do país, gerar receita para investimentos e reequilibrar o comércio internacional, especialmente em relação à China. Ele enfatizou que o governo americano não permitirá que o excesso de produção de outros países afete negativamente a economia dos EUA. Além disso, mencionou que a Austrália busca isenção das tarifas sobre aço e alumínio recentemente restauradas por Trump, mas que a decisão final caberá ao Departamento de Comércio e ao USTR.