Nas semanas que antecederam as eleições antecipadas de 23 de fevereiro, o chanceler alemão Olaf Scholz e seu partido, os Social-Democratas (SPD), enfrentaram uma queda acentuada nas pesquisas, ocupando atualmente a terceira posição, atrás dos conservadores e da extrema-direita. Seu mandato, iniciado em 2021, foi marcado por várias crises internacionais, como a invasão da Ucrânia e os ataques do Hamas, além de uma série de desentendimentos internos dentro da coalizão governamental. A coalizão tripartite, a primeira do tipo na história da Alemanha, chegou ao fim em novembro de 2024 devido a divergências econômicas e à demissão do ministro das finanças.
A crise econômica, somada à perda de confiança no governo, levou Scholz a convocar a dissolução do Parlamento e as eleições antecipadas. A estratégia, de acordo com analistas, tinha como objetivo reacender seu apoio político após a perda de maioria. Scholz, que tem uma trajetória longa na política alemã, incluindo seu tempo como prefeito de Hamburgo, é conhecido por seu estilo mais pragmático e menos carismático, sendo criticado por sua resposta lenta a algumas crises internacionais, como o conflito na Ucrânia e ataques de imigrantes no país.
No cenário econômico, o governo de Scholz foi pressionado por propostas que envolviam ajustes no sistema fiscal, como a reforma do freio da dívida. O governo também enfrentou críticas por sua relutância em fornecer armamentos à Ucrânia, embora tenha alocado uma grande quantia para aumentar os gastos militares. Além disso, o governo de Scholz se envolveu em debates sobre a política de asilo, defendendo a implementação do Sistema Europeu Comum de Asilo, enquanto seus opositores sugeriam medidas mais restritivas nas fronteiras.