O chanceler alemão, Olaf Scholz, repudiou veementemente qualquer tentativa de interferência externa nas eleições legislativas da Alemanha, previstas para 23 de fevereiro de 2025. Em seu discurso na Conferência de Segurança de Munique, ele reafirmou a posição de que a direção da democracia alemã deve ser decidida exclusivamente pelos alemães, sem influências de outros países. A declaração veio após críticas do vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, sobre o isolamento dos partidos de extrema direita no país, incluindo a Alternativa para a Alemanha (AfD), que tem ganhado apoio nas últimas pesquisas.
As palavras de Vance, que sugeriu que a democracia alemã não pode desconsiderar as preocupações de milhões de eleitores, foram vistas como uma nova interferência do governo americano na campanha eleitoral da Alemanha. Ao mesmo tempo, o empresário Elon Musk expressou apoio à AfD, alimentando ainda mais o debate sobre o papel da extrema direita na política alemã. Em resposta, o candidato conservador Friedrich Merz, líder da CDU, reforçou que seu partido não fará alianças com a AfD, buscando distanciar-se da agenda de extrema direita.
Apesar das tensões com os Estados Unidos, a Alemanha manteve seu compromisso com a cooperação transatlântica, especialmente no campo da defesa. Scholz reiterou que o país continuará a fortalecer suas relações com os Estados Unidos, incluindo a compra de material militar, ao mesmo tempo em que defendeu a necessidade de uma indústria de defesa europeia robusta. O ministro francês das Relações Exteriores também se pronunciou, destacando a importância da liberdade de expressão e a soberania dos países europeus em suas escolhas políticas.