O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, afirmou que a meta de ter 50% da frota de ônibus da cidade movida a eletricidade até 2028, conforme estabelecido por uma lei municipal de 2018, não poderá ser cumprida devido a limitações na capacidade de produção da indústria de ônibus elétricos e na infraestrutura de fornecimento de energia pela Enel. A Associação Brasileira do Veículo Elétrico contestou essa afirmação, destacando que a indústria tem capacidade para atender às metas de produção, mas reconhece que a maior dificuldade reside na falta de planejamento adequado para a infraestrutura de recarga e problemas no financiamento das operadoras.
Além disso, a Justiça de São Paulo suspendeu, de forma provisória, uma nova lei que excluía a meta intermediária de 2028, mantendo o prazo final de 2038 para que toda a frota da cidade seja elétrica. O PSOL questionou a constitucionalidade da mudança, apontando riscos ambientais e à saúde pública. O prefeito Nunes, por sua vez, afirmou que a prefeitura recorrerá da decisão e está comprometida com o processo de transição, embora reconheça as dificuldades atuais enfrentadas tanto pela indústria quanto pela concessionária de energia.
De acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico, a produção de até 9.920 ônibus elétricos por ano já é possível, com a possibilidade de aumentar esse número para 25 mil até 2028 com novos investimentos. A associação alega que a principal barreira para o avanço da transição não está na capacidade produtiva, mas sim na infraestrutura de recarga elétrica e nos modelos de financiamento do setor de transporte coletivo, questões que não dependem diretamente dos fabricantes de veículos elétricos.