Nos últimos tempos, os membros da realeza têm se distanciado de suas funções tradicionais ao se concentrarem em questões sociais como o combate à falta de moradia e a transformação da educação infantil. Essa mudança de foco sugere um movimento mais ativo em temas políticos e sociais, um campo que historicamente era evitado pela monarquia. Esse novo direcionamento pode trazer benefícios, mas também levanta a questão sobre os limites da atuação política da realeza, que sempre teve um papel mais cerimonial e apartidário.
A mudança de enfoque da realeza lembra um momento retratado no filme “Roman Holiday” (1953), onde a personagem de Audrey Hepburn, uma princesa, expressa seu desejo de escapar das rígidas obrigações reais. No filme, ela se vê sufocada pelo protocolo, lamentando a falta de liberdade e a constante pressão para cumprir compromissos sociais. Esse retrato ficcional de uma princesa buscando a liberdade ressoou com o público da época, especialmente em um momento em que a nova rainha Elizabeth II começava seu reinado.
No contexto atual, os príncipes parecem cada vez mais se afastar das tradicionais funções simbólicas e buscam uma influência mais direta em questões relevantes para a sociedade. Porém, essa mudança de foco levanta dúvidas sobre até que ponto os membros da realeza devem se envolver em questões políticas e sociais sem comprometer a imparcialidade que historicamente caracteriza sua posição. A busca por uma maior relevância em questões como educação e moradia pode sinalizar uma adaptação da monarquia aos tempos modernos, mas também desafia as fronteiras de sua atuação tradicional.