O romance “Sete Saias”, de Edmar Monteiro Filho, lançado em 2024 pela Urutau, explora o universo do cangaço, trazendo à tona personagens complexos e controversos. Ao abordar figuras como Mariano, Marianita e outros membros do cangaço, o autor provoca a reflexão sobre a linha tênue entre heróis e vilões. A obra questiona a percepção pública sobre os cangaceiros, muitas vezes reduzidos a estereótipos e tratados com julgamento severo, enquanto seu contexto social e histórico permanece pouco discutido.
Em sua análise, o crítico Ricardo Ramos Filho destaca o silêncio em torno do livro e da figura do autor, comparando-o a outras expressões culturais mais populares, como as histórias de faroeste. Ele ressalta que a complexidade das personagens do cangaço, que tanto marcaram a literatura de cordel e as artes populares brasileiras, muitas vezes é ignorada, o que representa uma injustiça dentro do cenário literário atual. Para Ramos Filho, a falta de debate sobre essas figuras históricas e literárias reflete uma tendência de desvalorização da cultura nordestina.
“Sete Saias” é descrito como uma obra de relevância que merece ser mais debatida, tanto pelo seu conteúdo quanto pela sua capacidade de gerar discussão sobre temas importantes, como a justiça e a moralidade. A obra se passa em um contexto em que o leitor é conduzido por personagens como o delegado Arthur Pinto Lima, que tenta lidar com uma realidade de mentiras, manipulação e desafios em um cenário de violência e impunidade. A crítica sugere que o romance seja lido e comentado para se refletir sobre o passado e os legados das figuras históricas do cangaço.