Na Rodovia Oswaldo Cruz (SP-125), que conecta Taubaté ao litoral de São Paulo, motoristas enfrentam um fenômeno curioso: calotas espalhadas ao longo da estrada, especialmente em um trecho de sete quilômetros entre São Luiz do Paraitinga e Ubatuba. A região é marcada por curvas íngremes e acentuadas, com uma inclinação elevada que favorece o desprendimento das calotas, principalmente as de plástico, que se soltam devido ao superaquecimento das rodas ao utilizar o freio constantemente em descidas acentuadas.
De acordo com o Departamento de Estradas e Rodagens de São Paulo (DER-SP), cerca de 2 mil calotas são recolhidas mensalmente nesta área. Para remover as peças, é necessário o trabalho de aproximadamente 10 agentes que descem semanalmente a serra, utilizando carros e caminhões para coletar as calotas. O processo envolve a retirada manual das peças, que são recicladas para minimizar os impactos ambientais, já que a região abriga a Mata Atlântica, um bioma ameaçado.
Para evitar que as calotas se soltem e para reduzir o desgaste nos freios, o DER-SP recomenda que os motoristas desçam a serra com o carro engrenado. Essa técnica diminui a pressão sobre o sistema de freios e, consequentemente, o risco de perder as calotas, além de proporcionar maior controle sobre o veículo durante a descida. A medida também contribui para a preservação da segurança dos motoristas e a proteção ambiental.