O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) alertou sobre o risco de sobrecarga na rede elétrica em 11 estados brasileiros, devido ao aumento da geração de energia solar, especialmente em residências e comércios. Atualmente, o Brasil gera 33 GW por meio da Micro e Minigeração Distribuída (MMGD), e a produção deve alcançar 50 GW até 2029. Quando a energia solar gerada não é consumida localmente, ela retorna ao sistema de transmissão, criando um fluxo reverso que pode sobrecarregar as subestações, ocasionando apagões.
O ONS identificou que estados como Bahia, Goiás, Minas Gerais, e São Paulo estão entre os mais vulneráveis à sobrecarga do sistema. Mato Grosso é o estado com a maior porcentagem de subestações com fluxo reverso, seguido pelo Piauí e Minas Gerais. O relatório do ONS, divulgado em dezembro de 2024, sugere que as distribuidoras de energia assumam um papel mais ativo na operação do sistema, trabalhando de forma coordenada com o ONS para garantir a eficiência da malha energética.
O crescimento da geração de energia solar tem gerado desafios na gestão do sistema elétrico, que tradicionalmente operava com um fluxo unidirecional, das grandes geradoras até o consumidor. A descentralização da produção de energia exige novas estratégias para garantir a estabilidade e o equilíbrio do sistema elétrico nacional, com foco em uma operação coordenada entre as distribuidoras e o ONS, a fim de evitar riscos de sobrecarga e falhas no fornecimento de energia.