Três trabalhadores rurais foram resgatados de condições degradantes em uma fazenda localizada no município de Serrinha, na Bahia, durante uma operação realizada na última quinta-feira (20). A ação envolveu uma força-tarefa composta por órgãos de fiscalização e segurança, que encontrou os trabalhadores em situação de exploração extrema, sem registro formal e em um ambiente precário. Dois dos resgatados estavam aplicando agrotóxicos sem equipamentos de proteção adequados, enquanto o terceiro realizava cuidados com os animais. A estrutura do local era inadequada, sem acesso a água potável, banheiro ou alojamento digno.
O pagamento dos trabalhadores era irregular, variando entre R$ 300 e R$ 500 semanais, com jornadas exaustivas que duravam de amanhecer a pôr do sol, sem folgas regulares. O vaqueiro, que estava na propriedade há mais de cinco anos, teve apenas um dia de descanso durante esse período, situação que também se aplicava aos outros dois empregados contratados recentemente. A operação teve como objetivo combater denúncias de trabalho escravo em diversas propriedades, mas a fazenda foi a única onde as irregularidades foram confirmadas.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Defensoria Pública da União (DPU) já estão trabalhando para garantir compensações financeiras e morais às vítimas. Caso o empregador não aceite um acordo, uma ação judicial será iniciada. Até o momento, o proprietário não compareceu às reuniões solicitadas para discutir as reparações, enquanto as guias do seguro-desemprego especial estão sendo preparadas para os trabalhadores resgatados. A operação também contou com a participação de auditores-fiscais e outras autoridades, que seguiram percorrendo várias localidades para investigar mais denúncias de exploração trabalhista.