O RenovaBio, programa brasileiro de biocombustíveis, passará por mudanças importantes em 2025 devido à implementação de novas regras mais rigorosas, com destaque para a aprovação do Projeto de Lei 3149/20, que estabelece penalidades mais severas para as distribuidoras de combustíveis inadimplentes. Essas medidas visam aumentar a conformidade com as metas de descarbonização, impactando diretamente a oferta e demanda dos Créditos de Descarbonização (CBios). A expectativa é que as novas sanções incentivem as distribuidoras a regularizar a situação, o que pode equilibrar o mercado e favorecer a valorização dos créditos.
A análise do Itaú BBA aponta que, se a inadimplência cair em 30%, o mercado de CBios poderá atingir as metas de descarbonização de 2025, com a emissão de 40,2 milhões de CBios e uma demanda de 40,4 milhões. Isso resultaria em um estoque de 16,4 milhões de títulos, o que sustentaria a valorização dos créditos. No entanto, se as distribuidoras não cumprirem as novas exigências, o estoque de CBios pode aumentar para 21,1 milhões, diminuindo a chance de alta nos preços.
O mercado de CBios já mostrou sinais de recuperação no início de 2025, com um aumento de 6,8% no preço em janeiro, mas a liquidez ainda permanece moderada. Em janeiro, foram negociados 6,7 milhões de CBios, um volume superior ao de dezembro de 2024, mas ainda abaixo do registrado no ano anterior. Além disso, os estoques de CBios seguiram crescendo, com destaque para a acumulação dos emissores, que somaram 14,44 milhões de créditos. O cronograma de aposentadoria dos créditos também segue com ajustes nas datas de comprovação das metas anuais pelas distribuidoras, com o prazo final sendo 31 de dezembro de cada ano.