A senadora Eliziane Gama, relatora da CPI dos Atos Golpistas, rebateu a posição do presidente da Câmara dos Deputados, que minimizou a gravidade dos eventos de 8 de janeiro de 2023, caracterizando-os como uma agressão às instituições, sem a coordenação necessária para um golpe de Estado. Em resposta, Gama afirmou que, após meses de investigação, ficou claro que houve uma tentativa de golpe, com Jair Bolsonaro sendo apontado como o principal responsável. Ela convidou os críticos a lerem o relatório completo da CPI, que detalha as conclusões do inquérito com base em depoimentos e documentos coletados ao longo da apuração.
O relatório final da comissão, aprovado em outubro de 2023, recomendou o indiciamento de 61 pessoas, incluindo civis e militares, por envolvimento nos eventos de 8 de janeiro. A conclusão da CPI foi de que as ações foram parte de uma tentativa de golpe de Estado, embora os envolvidos buscassem apenas desestabilizar as instituições democráticas sem um movimento estruturado ou apoio das instituições-chave. Gama defendeu, com base nas investigações, que as evidências apontam claramente para a tentativa de um golpe, desmentindo a alegação de que os atos foram ações isoladas e sem organização.
Em paralelo, o presidente da Câmara, Hugo Motta, se posicionou contra a ideia de tratar os ataques como um golpe, e falou sobre uma possível anistia para aqueles envolvidos, embora sem assumir compromisso sobre o avanço do projeto. A proposta de anistia prevê o perdão dos envolvidos em manifestações políticas e eleitorais, limitando punições a crimes de depredação. Motta afirmou que qualquer decisão sobre a anistia será tomada em conjunto com os líderes partidários da Casa, e destacou que a prioridade é impedir que atos como os de 8 de janeiro se repitam.