O senador Romário (PL-RJ), ex-jogador de futebol e relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas Esportivas, irá apresentar seu relatório final na próxima terça-feira (11), antecipando-se ao prazo final da CPI, que se encerra em 15 de fevereiro. A CPI investiga a manipulação de resultados de partidas de futebol para beneficiar plataformas de apostas ilegais. De acordo com o relatório, estima-se que entre 60% e 70% do mercado de apostas seja ilegal, com muitas casas de apostas localizadas em paraísos fiscais, dificultando o controle por parte dos governos.
O documento de Romário destaca que a manipulação de resultados está principalmente voltada para jogadores como goleiros, zagueiros e laterais, e para clubes com poucas chances de ascender em divisões. O relatório também inclui provas, como conversas e transcrições de áudios entre jogadores e empresários, além de registros financeiros que podem indicar fraudes em competições esportivas. A CPI tem investigado práticas criminosas envolvendo não apenas jogadores, mas também dirigentes e empresários do futebol, com foco nas apostas ilegais.
Romário afirma que a única forma eficaz de combater a manipulação é por meio de uma regulação do setor de apostas esportivas. O relatório sugere que a falta de regulamentação torna a fraude mais lucrativa e difícil de ser rastreada, especialmente considerando a alta liquidez no mercado e a mobilidade das casas de apostas. A CPI também revelou que a ilegalidade no setor cria um ambiente favorável para fraudes, que se tornam cada vez mais difíceis de serem combatidas sem uma regulamentação mais rígida.