O acidente aéreo ocorrido em Piracicaba, em setembro de 2021, que resultou na morte de sete pessoas, está sendo investigado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). O relatório final revelou que a aeronave, um modelo B200GT adquirido em 2019, apresentava histórico de reparos em suas hélices, o que gerou insatisfação entre o piloto e o proprietário. Além disso, um aumento de rotação em uma das hélices no voo do acidente chamou a atenção, mas o Cenipa não identificou falhas mecânicas no momento da queda, atribuindo possíveis erros operacionais à tripulação.
O relatório aponta que a aeronave estava sobrecarregada em 623 quilos além do peso permitido, o que afetou a performance da decolagem e contribuiu para o fenômeno conhecido como estol. Esse erro foi associado à combinação de uma rotação excessiva da hélice esquerda e a redução inadequada da velocidade da aeronave, o que impediu a tripulação de reagir a tempo. A investigação também sugere que o piloto, focado no problema da rotação da hélice, não percebeu a perda de sustentação que levou à queda do avião logo após a decolagem.
Por fim, o Cenipa recomendou a revisão de protocolos de reciclagem para pilotos deste modelo de aeronave, visando evitar futuros acidentes. A comissão concluiu que as manutenções realizadas nas semanas anteriores ao acidente não haviam apresentado problemas mecânicos graves, mas a operação da aeronave com sobrecarga e possíveis falhas de percepção da tripulação foram fatores determinantes para a tragédia. A investigação destaca a importância de atenção rigorosa a todos os parâmetros de voo, especialmente em situações de alto risco.