O advogado Alexandre Pupo, recentemente eleito secretário-geral do Organismo Internacional de Juventude para Ibero-América (OIJ), defende a necessidade de regulamentação das plataformas digitais e redes sociais como uma medida fundamental no combate ao extremismo. Em entrevista à Agência Brasil, Pupo destacou a complexidade do tema, mas reforçou que é imprescindível discutir a regulação do ambiente digital, especialmente devido ao seu impacto crescente sobre crianças e adolescentes. Segundo ele, a falta de regulação no ambiente online, comparada à vida no mundo real, cria um espaço propenso a comportamentos prejudiciais, como o discurso de ódio e crimes.
O especialista enfatizou que o conceito de criminalização deve ser expandido para o ambiente digital, estabelecendo que o que é ilegal fora da internet também deve ser considerado crime online. Além disso, Pupo apontou a necessidade de adotar medidas preventivas contra certos tipos de conteúdos nocivos, como a desinformação e a pornografia infantil. Para ele, a regulamentação das plataformas deve incluir uma ampla participação da sociedade, envolvendo não apenas empresas e o Congresso, mas também escolas, serviços de saúde e movimentos de juventude, já que esses grupos são diretamente impactados pelo uso das redes sociais.
O advogado também alertou para a lógica de negócios das plataformas digitais, que visa maximizar o tempo dos usuários nas redes. Ele defende que o Brasil deve seguir o exemplo da União Europeia, que tem avançado na regulamentação deste setor, buscando caminhos para limitar os riscos digitais, como golpes e conteúdos extremistas. Pupo concluiu destacando a importância de estabelecer normas mínimas de convivência nas plataformas, de forma a garantir um ambiente digital mais saudável e seguro para todos os usuários.