Em dezembro de 1994, um menino de 10 anos, refugiado da Somália, chegou a Londres após uma longa jornada. Ao desembarcar no aeroporto de Heathrow, ele se deparou com a tecnologia das escadas rolantes, algo completamente novo para ele. Em Addis Ababa, na Etiópia, ele havia ouvido relatos de uma mulher somali que descrevia Londres como uma cidade repleta de maravilhas, incluindo essas máquinas que moviam as pessoas sem esforço. A ideia de um lugar onde as pessoas não precisavam mais caminhar parecia algo mágico.
Ao longo de sua adaptação na nova cidade, o menino se familiarizou com pequenos prazeres que faziam parte da vida cotidiana em Londres. Experimentou pela primeira vez as batatas fritas de sal e vinagre, uma iguaria popular no Reino Unido, e assistiu repetidamente a um clipe musical do grupo East 17, o que ajudou a aliviar o choque cultural e a solidão da transição. Esses momentos simples tornaram-se símbolos de sua integração ao novo ambiente.
Embora a cidade tivesse uma aura de solidão, a descoberta dessas experiências cotidianas proporcionou uma sensação de pertencimento e renovação. O choque inicial com a vida em Londres, tão diferente da realidade de sua terra natal, foi suavizado pela curiosidade e pelos pequenos gestos que marcaram o início de sua adaptação a uma nova vida.