O Ranking da Atuação Socioambiental de Instituições Financeiras (Rasa) revelou que, entre as 12 instituições avaliadas, apenas três superaram os 30 pontos em uma escala de 100. O Rabobank, BTG Pactual e Sicredi destacaram-se com pontuações de 36,43, 35,42 e 31,58 pontos, respectivamente. As demais instituições apresentaram pontuações mais baixas, com destaque para o Basa (8,04) e o Banco Safra (9,43). O ranking, que avalia o desempenho socioambiental e climático em áreas como concessão de crédito e investimentos, mostra um pequeno avanço em relação às edições anteriores, mas as diferenças entre as instituições permanecem significativas.
Apesar da melhora em algumas pontuações, a análise de especialistas indica que a relevância das questões socioambientais ainda é limitada no sistema financeiro brasileiro. A falta de transações com riscos socioambientais avaliados, a superficialidade nas análises e a falta de transparência nas informações são fatores apontados como obstáculos para um desempenho mais robusto. A metodologia do Rasa avalia áreas como gestão de riscos, produtos financeiros com impacto positivo e políticas ambientais, sociais e de governança (ASG), com foco na sustentabilidade e direitos humanos, especialmente em projetos que impactam comunidades tradicionais.
Com a crescente pressão global por práticas mais sustentáveis, especialistas sugerem que o Brasil tem uma oportunidade de se destacar como modelo em boas práticas ASG. A avaliação também aponta que as instituições financeiras precisam aprimorar suas políticas de direitos humanos, principalmente em relação aos impactos de seus investimentos em territórios indígenas. O país, se souber se adaptar e adotar práticas mais robustas, poderia se tornar um atrativo receptor de investimentos, alinhando-se a um cenário global que, apesar de retrocessos em algumas nações, ainda valoriza a sustentabilidade e a governança corporativa.