Na manhã da última terça-feira (25), diversas raias da espécie ticonha (Rhinoptera bonasus e R. brasilienses) foram encontradas mortas na Praia do Itararé, em São Vicente, litoral de São Paulo. De acordo com a Universidade Estadual Paulista (Unesp), a morte dos animais está provavelmente ligada à pesca de arrasto, um método que utiliza grandes redes arrastadas pelo fundo do mar, capturando indiscriminadamente qualquer ser marinho em seu caminho. As raias, por não possuírem valor comercial, foram descartadas pelos pescadores.
O biólogo Alex Ribeiro esclareceu que as raias-ticonha são animais de fundo, alimentando-se de organismos enterrados na areia, o que as torna difíceis de ser encontradas na superfície. A espécie é classificada como vulnerável no Brasil devido à diminuição de suas populações. Além disso, as raias possuem ferrões que podem causar dor e ferimentos leves, um detalhe que, de acordo com especialistas, pode ter contribuído para sua rejeição pela pesca.
A Prefeitura de São Vicente, ao tomar conhecimento do ocorrido, solicitou apoio do Instituto Gremar para contar e identificar os animais mortos. A Secretaria de Meio Ambiente iniciou uma investigação para apurar as causas do evento e possíveis responsabilidades. A Unesp também esteve no local, recolhendo os cadáveres para estudos futuros, com a intenção de melhor compreender as circunstâncias e o impacto da pesca de arrasto na fauna marinha local.