Em um movimento inédito, o real ganhou valor sobre o dólar por doze dias seguidos no início de 2025, após uma escalada expressiva da moeda americana no final de 2024. O dólar, que chegou a R$ 6,26 em dezembro, caiu para R$ 5,77 em 4 de fevereiro, desafiando as previsões dos economistas. Apesar dos mesmos problemas econômicos, como a inflação e o risco fiscal, a recuperação do real foi impulsionada por fatores externos e internos, como o clima mais favorável no cenário internacional e a sinalização de prioridades fiscais no Brasil.
O cenário externo, com a posse do presidente dos Estados Unidos, trouxe um alívio ao mercado financeiro, enquanto internamente, a comunicação dos novos líderes políticos sobre a agenda econômica e a independência do Banco Central contribuíram para melhorar as expectativas do mercado. Além disso, o aumento da taxa de juros pelo Banco Central do Brasil, embora tenha impacto sobre a inflação, também atraiu investimentos estrangeiros, o que resultou em mais dólares entrando no país e ajudando a reduzir a cotação da moeda americana.
Entretanto, a economia brasileira ainda enfrenta desafios, como a inflação persistente e o risco fiscal, que continuam no radar. Economistas afirmam que, embora a situação tenha melhorado em relação ao final de 2024, as medidas necessárias para garantir a estabilidade do câmbio e das contas públicas ainda precisam ser concretizadas. A combinação de juros altos, comunicação política eficaz e fatores externos tem levado a uma estabilização, mas o futuro permanece incerto, e a dependência de políticas fiscais eficazes e independência do Banco Central permanece crucial para o equilíbrio econômico.