O diretório nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) apresentou uma proposta de emenda para alterar o artigo que proíbe a reeleição para a presidência do partido, permitindo a possibilidade de um terceiro mandato. A votação sobre a alteração está marcada para esta segunda-feira (17) e, caso aprovada, abriria espaço para que a atual presidente do partido participasse novamente das eleições internas. No entanto, aliados da presidente afirmam que ela não é candidata nas próximas eleições petistas, previstas para julho.
A mudança no estatuto poderia resultar em um aumento do poder de negociação da atual direção do PT, especialmente no que diz respeito a cargos-chave dentro da legenda. Entre as funções mais disputadas está a de tesoureiro, atualmente ocupada por uma aliada da presidente. Além disso, a presidente do partido é cotada para um possível ministério na reforma que o governo Lula deve realizar, com o cargo de Secretaria-Geral da Presidência sendo o mais cogitado.
Embora a proposta tenha como justificativa a dificuldade de renovação nas direções municipais do PT, ela também é vista como uma concentração de poder, dificultando a ascensão de novas lideranças. As eleições internas do partido foram adiadas de 2023 para 2024 para evitar conflitos no primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A disputa pela presidência da sigla tem gerado tensões, com diferentes alas do partido posicionando-se em favor de possíveis sucessores.