O diretório nacional do PT aprovou, nesta segunda-feira (17.fev.2025), alterações no estatuto que permitem a reeleição ilimitada para cargos internos do partido e nas Casas Legislativas. A principal mudança elimina as restrições de mandatos consecutivos para dirigentes partidários e parlamentares, possibilitando que continuem se candidatar sem limitações. A decisão gerou polêmica interna, com críticas de setores do partido, especialmente da Articulação de Esquerda, que questionaram a legalidade e legitimidade da alteração.
A votação foi marcada por divergências e críticas à condução do processo. A proposta foi aprovada por 60 votos a favor, 27 contra e 4 abstenções, mas o dirigente Valter Pomar, um dos que se absteve, contestou a contagem dos votos, argumentando que a exigência de dois terços de apoio não foi atendida, o que levou à acusação de que o processo não teria sido conduzido de maneira transparente. Em resposta, Jilmar Tatto, secretário de Comunicação do PT, afirmou que o resultado foi válido, considerando que não havia a necessidade de uma maioria qualificada.
A mudança tem repercussões para a eleição interna do PT, prevista para julho de 2025, onde nomes como o ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva, são mencionados como possíveis candidatos à presidência do partido. A eleição será direta, permitindo que os 2,3 milhões de filiados votem para escolher o próximo líder, marcando uma nova etapa na democratização das decisões dentro da legenda. A medida também provoca debates sobre a renovação da liderança partidária, que, segundo críticos, pode resultar em maior burocratização e perpetuação no poder.