A ascensão da inteligência artificial na terapia está transformando o cenário da saúde mental, tornando o acesso a suporte psicológico mais barato e disponível a qualquer momento. Com a dificuldade de encontrar terapeutas qualificados e o alto custo das consultas, a IA surge como uma alternativa acessível para milhões de pessoas que não recebem o tratamento de que precisam. No entanto, essa inovação levanta preocupações sobre a perda da interação humana no processo terapêutico e os impactos disso na sociedade.
Embora a terapia conduzida por IA ofereça vantagens como ausência de julgamentos e disponibilidade imediata, ela elimina elementos essenciais das relações humanas, como o desconforto e os desafios inerentes às interações interpessoais. Momentos de fricção, como um terapeuta estabelecendo limites ou cometendo erros, são cruciais para o crescimento emocional dos pacientes. A ausência dessas experiências pode comprometer a capacidade das pessoas de lidar com conflitos e fortalecer conexões reais, uma habilidade essencial para relações saudáveis e autênticas.
Além da substituição de profissionais, a crescente dependência de IA para suporte emocional pode levar a uma sociedade menos tolerante com a imperfeição e complexidade dos relacionamentos humanos. Se a busca por interações sem atrito levar à preferência por companhias artificiais em vez de conexões reais, corremos o risco de perder não apenas a necessidade de terapeutas, mas também a essência do que significa se relacionar verdadeiramente com os outros.