Em Pretoria, centenas de sul-africanos brancos se reuniram em frente à embaixada dos Estados Unidos para demonstrar apoio ao presidente Donald Trump e afirmar que são vítimas de discriminação por parte do governo sul-africano. Os manifestantes, em grande parte pertencentes à comunidade afrikaner, criticaram as leis que, segundo eles, favorecem a maioria negra em detrimento da minoria branca, como a recente medida de expropriação de terras. A legislação sul-africana permite a redistribuição de terras para o bem público, mas o governo nega que o processo seja racista e refuta as alegações do presidente Trump, que, em um decreto executivo, sugeriu que os afrikaners estariam sendo alvo de discriminação.
O governo sul-africano esclareceu que a nova lei de expropriação de terras não envolve uma retirada arbitrária de propriedades, mas visa corrigir as desigualdades históricas causadas pelo apartheid, quando a maior parte das terras era de posse da minoria branca. O presidente Cyril Ramaphosa afirmou que a remoção forçada de qualquer pessoa de suas terras nunca será permitida novamente, ressaltando o sofrimento causado pelas políticas de despossessão durante o regime de segregação racial. A situação reflete uma disputa contínua sobre como abordar as injustiças do passado e criar um futuro mais equitativo para todos os cidadãos.
A controvérsia também envolve figuras como Elon Musk, que tem criticado abertamente o governo sul-africano e alega que suas políticas favorecem a maioria negra, prejudicando a minoria branca. Essa dinâmica política, combinada com o apoio de Trump a um grupo específico da população sul-africana, reacende debates sobre as tensões raciais e as desigualdades estruturais no país, que ainda são um reflexo dos legados do colonialismo e do apartheid. No entanto, a África do Sul tem buscado equilibrar sua diversidade racial com a construção de um governo democrático e inclusivo desde o fim do apartheid, em 1994.