Em Berlim, dezenas de milhares de pessoas se reuniram para protestar contra o líder de centro-direita Friedrich Merz, favorito nas eleições para o cargo de chanceler, após ele apresentar propostas para restringir a imigração no país. A manifestação, que ocorreu no dia 2 de fevereiro, criticou o apoio de Merz ao partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), especialmente em relação às suas propostas de endurecimento das regras de imigração. Faixas levantadas no protesto expressaram repúdio à aproximação entre o partido de Merz, a União Democrata Cristã (CDU), e a AfD.
A proposta de Merz, que visava limitar a entrada de migrantes, recebeu apoio da AfD, mas foi rejeitada no parlamento alemão no final de janeiro. A relação entre o CDU e a extrema-direita, que contraria a tradição política do país desde a Segunda Guerra Mundial de evitar qualquer cooperação com movimentos dessa linha, gerou fortes reações nas ruas. Protestos em outras cidades alemãs, como Hamburgo e Leipzig, também ocorreram no dia 1º de fevereiro, reunindo mais de 220 mil pessoas.
Estudos da polícia indicam que cerca de 160 mil pessoas participaram da marcha em Berlim, enquanto os organizadores estimaram um número de 200 mil. A manifestação teve início em frente ao parlamento e se dirigiu até a sede do partido CDU, sinalizando a insatisfação de uma parte significativa da população com a postura política em relação à imigração e ao fortalecimento das relações com a extrema-direita.