A proposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de assumir o controle da Faixa de Gaza gerou preocupações sobre os impactos nas relações entre a Arábia Saudita e Israel. A ideia de realocar os palestinos de Gaza provocou indignação global, dificultando os esforços da Arábia Saudita em avançar na normalização de relações com Israel. O reconhecimento de Israel por parte do Reino Saudita seria um marco significativo na diplomacia do Oriente Médio, mas a reação a essa proposta afasta esse cenário, especialmente diante da necessidade de garantir estabilidade em sua região.
Além disso, a Arábia Saudita se encontra em um dilema, já que a proposta de Trump poderia resultar em instabilidade nas fronteiras, caso países como Jordânia e Egito acolham um grande número de refugiados palestinos. A segurança do Reino depende dos Estados Unidos, que atuam como um baluarte contra ameaças regionais, como o Irã. A postura de Trump, ao tentar deslocar os palestinos, foi rejeitada rapidamente pelo governo saudita, que reafirmou sua posição contrária a qualquer tentativa de deslocamento forçado do povo palestino.
Especialistas indicam que, se a situação persistir, isso pode aprofundar o sentimento antiamericano na Arábia Saudita e dificultar ainda mais a normalização com Israel. A resistência saudita a ceder à pressão de Washington reflete uma postura de preservação dos interesses estratégicos e da autoridade no mundo árabe e muçulmano. Para os analistas, a Arábia Saudita, liderada pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, não deve tomar ações precipitadas, mas está posicionada para pressionar os Estados Unidos com suas próprias alavancas, como sua influência no setor de energia.