A deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente do PT, expressou sua oposição à proposta de emenda à Constituição (PEC) que busca implementar o semipresidencialismo no Brasil. Em suas declarações, ela argumentou que a medida visa retirar do povo a capacidade de eleger um presidente com plenos poderes para governar. Gleisi lembrou que o sistema parlamentarista já havia sido rejeitado em dois plebiscitos anteriores no país, em 1963 e 1993, e que a proposta, apesar de se apresentar como semipresidencialismo, essencialmente desvia do desejo popular.
A PEC foi apresentada pelo deputado Luiz Carlos Hauly, do Podemos-PR, e já está protocolada na Câmara dos Deputados, recebendo apoio de alguns parlamentares. O modelo sugerido permitiria que o presidente eleito compartilhasse suas atribuições com um primeiro-ministro, que seria escolhido por ele. Nesse sistema, o Congresso teria um papel mais ativo na formulação do plano de governo e na criação do orçamento, ampliando suas responsabilidades. No entanto, a proposta preserva prerrogativas importantes do presidente, como a nomeação de ministros do Supremo Tribunal Federal e do Banco Central.
Por outro lado, o presidente da Câmara, Hugo Motta, do Republicanos-PB, afirmou que não pretende acelerar a tramitação da PEC. A proposta continua a gerar debate no cenário político, especialmente pelo impacto que pode ter na dinâmica de poder no governo, com a possível redistribuição de funções entre o Executivo e o Legislativo. O futuro da iniciativa dependerá da evolução das discussões dentro do Congresso e da aceitação popular do modelo proposto.