O plano de paz proposto pelos Estados Unidos em 2020, discutido exclusivamente com o governo israelense, gerou intensas críticas, especialmente por parte dos palestinos. A proposta previa a divisão do território, com a ceder Jerusalém totalmente a Israel e a criação de um Estado Palestino restrito, com a Faixa de Gaza e áreas adjacentes. Os palestinos rejeitaram a ideia, considerando-a injusta e uma imposição unilateral, sem qualquer consulta à Autoridade Palestina ou à população local. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, chamou o projeto de uma conspiração, especialmente em relação ao status de Jerusalém, que foi declarado como capital indivisível de Israel.
O plano de Donald Trump, que incluía também a anexação de territórios pela Israel e a remoção forçada de palestinos da Faixa de Gaza, foi amplamente visto como uma forma de “limpeza étnica”. A proposta indicava que palestinos que saíssem de Gaza não teriam o direito de retornar, o que é considerado uma violação das convenções internacionais. A solução de dois Estados, sugerida pela ONU em 1947, ainda é um tema central no conflito, mas sua implementação tem sido dificultada pela contínua expansão de assentamentos israelenses em terras palestinas.
O contexto histórico do conflito também é fundamental para entender as propostas atuais. Desde a criação do Estado de Israel e a subsequente guerra de 1948, as divisões territoriais e os esforços de paz se tornaram cada vez mais complicados. A partir de 1967, com a anexação de Jerusalém e outros territórios palestinos, a situação foi marcada por disputas constantes. Israel tem expandido assentamentos na Cisjordânia, enquanto, na Faixa de Gaza, a autoridade israelense é mantida através de bloqueios e controle de fronteiras, apesar do governo local ser controlado por outro grupo político. Essas dinâmicas continuam a agravar o impasse e a dificultar soluções duradouras para o conflito.