Projetos anunciados para a produção de combustível sustentável de aviação (SAF) no Brasil já ultrapassam R$ 40 bilhões, segundo um estudo da consultoria A&M Infra. Entretanto, o avanço desses projetos depende de fatores globais, como a transição energética e a demanda por descarbonização, além de desafios internos como a necessidade de políticas públicas adequadas e avanços tecnológicos. O Brasil já anunciou investimentos para produzir cerca de 120 mil barris de SAF por dia, mas o custo de produção do combustível é significativamente mais alto do que o querosene de aviação tradicional, o que demanda um impulso na demanda internacional para viabilizar os projetos.
Apesar do contexto favorável devido ao grande potencial agrícola do Brasil, o país enfrenta desafios como a falta de unidades industriais para produção em larga escala e gargalos logísticos que dificultam a distribuição do SAF nos aeroportos. O estudo destaca ainda a hesitação de investidores devido à maturidade limitada das políticas públicas e à necessidade de alinhar as normas brasileiras aos padrões internacionais para garantir o acesso a mercados-chave como União Europeia e Estados Unidos.
Além disso, o cenário global traz incertezas, com o recuo de incentivos à transição energética em países como os Estados Unidos. Isso pode impactar negativamente o ritmo de desenvolvimento do SAF, que requer apoio robusto para viabilizar sua competitividade no mercado internacional. A produção de biocombustíveis no Brasil está em fase de implantação ou estudo, com foco em matérias-primas como óleos vegetais, etanol e sebo, voltados para atender principalmente companhias aéreas europeias.