A proibição imposta pelo Talibã à participação de mulheres no críquete afegão tem gerado pressão sobre o Conselho de Críquete da Inglaterra (ECB) para um possível boicote. A medida, parte de uma repressão mais ampla aos direitos das mulheres no Afeganistão, tem sido alvo de críticas da comunidade esportiva internacional. No entanto, apesar dos apelos por sanções, a partida entre Afeganistão e Inglaterra na Champions Trophy continua confirmada, mantendo a seleção afegã no torneio.
O técnico da equipe afegã, Jonathan Trott, abordou a complexidade da situação, destacando que seus jogadores compreendem a gravidade do cenário em seu país de origem. A seleção atua no exterior sob a bandeira afegã anterior ao regime atual e se vê diante de um dilema: representar sua nação no críquete global enquanto o governo impõe restrições severas dentro de suas fronteiras. Segundo Trott, os atletas demonstram coragem não apenas dentro de campo, mas também na forma como lidam com essa realidade.
Embora o Talibã mantenha uma postura rígida sobre a participação feminina no esporte, o time masculino segue sua trajetória competitiva, tentando equilibrar o compromisso com sua pátria e os desafios impostos pelo contexto político. O episódio reacende debates sobre o papel do esporte como ferramenta de resistência e inclusão, ao mesmo tempo que pressiona entidades esportivas internacionais a tomarem uma posição mais firme sobre a exclusão das mulheres no críquete afegão.