O ensino médio no Brasil é considerado uma etapa crucial para reduzir desigualdades educacionais, sendo também a fase com maior taxa de evasão escolar. Vários estados adotaram programas de incentivo financeiro, como o Pé-de-Meia, que oferece bolsas para alunos de escolas públicas. Esse programa federal paga R$ 200 mensais a estudantes do ensino médio que comprovem matrícula e frequência, além de outros benefícios adicionais, podendo somar até R$ 9.200 por aluno ao longo do ano. Estados como Rio Grande do Sul e Bahia também implementaram iniciativas semelhantes, com valores que variam de R$ 150 a R$ 225 mensais, visando apoiar financeiramente as famílias em situação de vulnerabilidade.
Entretanto, especialistas alertam que o incentivo financeiro por si só não é suficiente para combater a evasão escolar de maneira efetiva. Para garantir a permanência dos estudantes nas escolas, é necessário adotar medidas complementares, como a reforma curricular do ensino médio, a oferta de programas de reforço pedagógico e o apoio à saúde mental dos alunos. O coordenador de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação enfatiza a importância de políticas públicas mais amplas e a implementação de serviços psicológicos nas escolas, conforme estipulado por uma lei de 2019. Essas ações, combinadas com os programas financeiros, poderiam melhorar significativamente o cenário educacional.
Além dos programas de incentivo direto à frequência escolar, alguns estados focam na qualificação profissional, oferecendo estágios e cursos técnicos para alunos do ensino médio. Em São Paulo, por exemplo, o programa BEEM oferece bolsas de estágio para estudantes do ensino médio técnico, enquanto em Minas Gerais, o programa Trilhas de Futuro oferece cursos gratuitos e auxílios para transporte e alimentação. Essas iniciativas visam preparar os jovens para o mercado de trabalho, promovendo uma formação mais completa e integrada com a realidade profissional, o que pode contribuir também para a redução da evasão escolar.