Dois anos após iniciar a documentação sobre os efeitos da guerra na Ucrânia em seus alunos, o professor russo Pavel Talankin compartilha sua experiência, que o levou a ser reconhecido, mas também forçado ao exílio. A invasão russa à Ucrânia, em fevereiro de 2022, gerou uma batalha ideológica interna no país, alcançando até mesmo as escolas, onde o governo de Vladimir Putin buscava controlar a narrativa sobre o conflito.
Talankin, que lecionava em uma escola de Karabash, uma pequena cidade industrial nas montanhas Urais, percebeu a necessidade de registrar o impacto que a guerra causava na percepção dos alunos sobre a realidade. Ele passou a documentar as mudanças nas atitudes e crenças de seus estudantes, à medida que o regime impunha suas próprias ideologias nas instituições educacionais.
No entanto, o ato de registrar e expor as transformações ideológicas dentro da escola acabou levando Talankin a um destino imprevisto: o exílio. Sua ação de relatar a situação não apenas lhe trouxe reconhecimento, mas também lhe custou a permanência em seu país, forçando-o a se afastar de sua terra natal, em um contexto de crescente repressão interna.