O procurador-geral da República, Paulo Gonet, se posicionou a favor da manutenção do ministro Nunes Marques como relator do inquérito da operação Overclean no Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação apura um esquema de corrupção e desvio de R$ 1,4 bilhão em recursos públicos, que envolvem contratos superfaturados e licitações fraudulentas com prefeituras e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). As investigações têm implicações envolvendo políticos de diversos partidos, e o caso chegou ao STF devido à possível participação de um deputado federal com foro privilegiado.
A operação Overclean foi deflagrada em dezembro de 2024 e, além da Bahia, envolve apurações em outros estados, como Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Tocantins. Até o momento, a operação cumpriu 17 mandados de prisão e 43 de busca e apreensão, com 16 prisões confirmadas. A ação é realizada em parceria com a Polícia Federal, Controladoria Geral da União (CGU), Ministério Público Federal (MPF) e Receita Federal.
A manifestação do procurador-geral foi em resposta ao pedido da Polícia Federal para que o caso fosse redistribuído ao ministro Flávio Dino, visando evitar decisões conflitantes. No entanto, Gonet argumenta que a distribuição das relatorias deve ser livre e que há outros processos sobre emendas parlamentares no STF sob a responsabilidade de diferentes ministros, com o presidente da Corte, Roberto Barroso, avaliando a distribuição das investigações relacionadas a emendas.