Integrantes do Ministério Público Federal (MPF) acreditam que o sigilo da delação de um ex-assessor de um ex-presidente poderá ser quebrado, após a apresentação de denúncias sobre o envolvimento de figuras políticas e militares em uma tentativa de golpe de Estado. De acordo com os procuradores, essa expectativa é respaldada pela exigência legal de acesso integral aos dados do processo, uma vez que as acusações foram formalizadas. Isso implica que todas as partes devem ter acesso às informações, permitindo que os acusados se defendam adequadamente.
A análise dos procuradores leva em consideração a postura do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em casos semelhantes, como também a natureza do processo. Embora exista um histórico de sigilo, o MPF defende que, no caso em questão, não faria sentido que apenas os advogados dos acusados tivessem acesso ao conteúdo da delação, que permanece 100% sigiloso. A quebra do sigilo seria vista como uma medida necessária para a transparência do processo.
Um ponto importante destacado é a diferenciação entre os procedimentos de agora e o caso específico do assassinato de Marielle Franco. Naquele episódio, quando a denúncia foi apresentada, o acesso à delação premiada de um dos envolvidos foi restrito aos advogados dos acusados, já que a investigação ainda estava em andamento. No entanto, no caso das investigações relacionadas aos eventos de 8/1, o inquérito já foi encerrado pela Polícia Federal, o que reforça o argumento da necessidade de transparência e acesso amplo aos dados do processo.