Na sexta audiência do caso envolvendo o massacre de Paraisópolis, a defesa dos policiais militares acusados de homicídios atribuiu a responsabilidade pelas mortes ao espaço inadequado onde ocorreu o Baile da DZ7. A audiência, que teve um intervalo de cinco meses desde a última, foi marcada por manifestações das famílias das vítimas, que pedem justiça e mais agilidade no processo. Durante os depoimentos, o tenente da PM afirmou que o local da festa não era apropriado para a quantidade de pessoas, e que a ação dos policiais foi resultado de uma situação caótica, com um possível ataque a agentes e o uso de armas não letais, como granadas.
As primeiras audiências destacaram que a causa das mortes poderia ter sido asfixia mecânica, o que foi contestado pela defesa, que argumenta que as vítimas teriam morrido devido a pisoteamentos. Durante a sessão, o uso de granadas e a menção ao uso de morteiros pela PM geraram polêmica, com um dos policiais demonstrando desconhecimento sobre o equipamento. A defesa enfatizou a vulnerabilidade dos agentes, enquanto a promotoria questionou a efetividade das armas não letais no evento, destacando a gravidade das mortes.
O advogado dos familiares das vítimas apontou contradições no relatório da PM, questionando a falta de informações sobre a viela onde as mortes ocorreram. Ele criticou a ausência de detalhes sobre as rotas de fuga e a falta de imagens do local, sugerindo que os policiais poderiam ter direcionado as vítimas para o espaço apertado onde ocorreram as mortes. O caso segue com a decisão judicial sobre a possibilidade de levar os acusados a julgamento popular, com a acusação de homicídio contra 12 policiais militares.