Os países que mais emitem poluentes globalmente não cumpriram o prazo estabelecido pela ONU, no dia 10 de fevereiro de 2025, para apresentar novos planos de redução de emissões até 2035. Entre os que não entregaram suas metas estão China, Índia e União Europeia, signatários do Acordo de Paris. A não apresentação das metas ocorre em um momento crítico, após a temperatura global ter ultrapassado, em 2024, 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, contrariando o objetivo central do Acordo de Paris.
Bill Hare, diretor-executivo do Climate Analytics, destacou a falta de ações concretas diante desse aumento da temperatura global, afirmando que o público espera uma resposta mais forte dos governos. Além disso, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao retirar o país do Acordo de Paris e suspender investimentos em energia limpa, aumentou as incertezas sobre a política climática global. Espera-se que o novo governo dos EUA descarte o plano climático apresentado durante o mandato de Biden.
A maioria dos países ainda pretende apresentar suas metas em 2025, segundo Simon Stiell, chefe de clima da ONU. O foco está nos investimentos globais de US$ 2 trilhões em energia limpa e infraestrutura, que são vistos como essenciais para os governos na luta contra o aquecimento global. Países como Estados Unidos, Reino Unido, Brasil, Japão e Canadá já divulgaram suas novas metas, mas a Índia e a China pediram mais tempo para estudos e ajustes. A União Europeia alegou desacordo com seu ciclo político para justificar o atraso.