Dois aviões transportando migrantes venezuelanos deportados dos Estados Unidos chegaram à Venezuela na noite de segunda-feira, 10 de fevereiro, marcando o início de um processo de repatriação acordado entre as administrações dos dois países. O acordo foi estabelecido em janeiro durante uma reunião entre representantes do governo dos EUA e autoridades venezuelanas. A operação, realizada pela companhia aérea Conviasa, faz parte de um plano do governo de Nicolás Maduro para trazer de volta milhares de venezuelanos que deixaram o país devido a dificuldades econômicas e sociais exacerbadas por sanções internacionais.
Durante a chegada dos deportados, o ministro do Interior venezuelano, Diosdado Cabello, destacou a felicidade dos migrantes, que expressaram desejo de retornar ao país. Além disso, o governo indicou que algumas das pessoas deportadas poderiam estar envolvidas em atividades criminosas e seriam investigadas de forma rigorosa. A administração de Donald Trump, por sua vez, tem buscado reforçar a deportação de imigrantes ilegais, com foco em grupos específicos como o Tren de Aragua, que são considerados uma ameaça à segurança pública.
Esses voos de deportação ocorrem dentro de um contexto de tensões diplomáticas e mudanças nas políticas migratórias dos EUA, que incluem a retirada de benefícios legais para cerca de 348 mil venezuelanos que vivem no país. Além disso, o governo dos EUA tem priorizado a deportação de imigrantes indocumentados venezuelanos, com a promessa de colaboração entre os dois países para o transporte de cidadãos de volta à Venezuela. O fluxo de migração venezuelana tem sido impulsionado pela crise interna do país, que resultou em mais de sete milhões de emigrantes nos últimos anos.