A primeira aeronave militar dos Estados Unidos com imigrantes deportados chegou à Baía de Guantánamo, em Cuba, nesta terça-feira (5). As imagens mostram os detidos algemados e sendo preparados para embarque, com o governo dos EUA informando que o voo transportou entre 9 e 10 imigrantes. A porta-voz do Departamento de Segurança Interna (DHS) afirmou que todos os deportados eram considerados criminosos de alta periculosidade. Esta medida é parte de um plano do presidente dos EUA para expandir a unidade de detenção na base de Guantánamo, com a intenção de abrigar até 30 mil imigrantes.
A Baía de Guantánamo, conhecida pela sua prisão desde a década de 2000, tornou-se um ponto de referência controverso, especialmente após a implementação da “Guerra ao Terror” pelos EUA. Criada durante a presidência de George W. Bush, a prisão abrigou suspeitos de terrorismo e combatentes ilegais, sendo amplamente criticada por violações dos direitos humanos, incluindo relatos de tortura e detenções sem julgamento. Apesar de promessas de fechamento feitas por presidentes democratas, a prisão continua em funcionamento.
Os voos militares, embora uma forma de transporte comum para deportações, têm alto custo. Relatos indicam que a deportação de um imigrante para países como a Guatemala pode custar mais de US$ 4.600 por pessoa. Além disso, o governo americano tem optado por aumentar a utilização da base de Guantánamo para o recebimento de detidos, o que adiciona mais uma camada à complexa relação entre os EUA e Cuba, que remonta ao início do século 20.